Não teremos qualquer dúvida de que o tempo psicológico é
uma doença mental se olharmos para
as suas manifestações coletivas. Elas ocorrem, por exemplo, na forma de
ideologias como o comunismo, o nacional-socialismo ou qualquer nacionalismo, ou
de sistemas rígidos de crenças religiosas, que atuam na suposição implícita de
que o bem maior repousa no futuro e que, portanto, o fim justifica os meios. O
fim é uma idéia, um ponto na mente projetado no futuro, quando a salvação, sob a forma de felicidade, satisfação,
igualdade, libertação, etc., será alcançada. Muitas vezes, os meios para
atingir o fim são a escravidão, a tortura e o assassinato de pessoas no
presente.
Por exemplo, estima-se que cerca de cinqüenta milhões de
pessoas foram assassinadas para promover a causa do comunismo e levar a um
“mundo melhor” na Rússia, na China e em outros países[1]!
Esse é um exemplo terrível de como uma crença em um paraíso no futuro cria um inferno no presente. Resta
alguma dúvida de que o tempo psicológico é uma doença mental séria e perigosa?
De que forma esse
padrão mental opera em sua vida? Você está sempre tentando chegar a algum lugar além daquele onde você está? A
maior parte do que você faz é apenas um meio para alcançar um
determinado fim? A satisfação está sempre em outro lugar ou restrita a breves
prazeres como sexo, comida, bebida e drogas, ou relacionada a uma emoção ou
excitação? Você está sempre pensando em vir a ser, adquirir, alcançar ou, em
vez disso, está à caça de novas emoções e prazeres? Você acha que, quanto mais
bens adquirir, uma pessoa se sentirá melhor ou psicologicamente completa? Está
à espera de um homem ou de uma mulher que dê um sentido à sua vida?
No estado normal de consciência, o poder e o infinito
potencial criativo do Agora estão completamente encobertos pelo tempo
psicológico. Nossa vida perde a vibração, o frescor, o sentido de encantamento.
Os velhos padrões de pensamento, emoção, comportamento, reação e desejo são
encenados repetidas vezes, como um roteiro dentro da nossa mente que nos dá uma
identidade, mas distorce ou encobre a realidade do Agora. A mente, então,
desenvolve uma obsessão pelo futuro, buscando fugir de um presente
insatisfatório.
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